Cacimba molhada
Não
sei se era noite,
Ou
se não era nada.
Sei
que eu ia de mão dada.
E
os grilos cantavam.
Isso!
Cantavam.
E
havia capim à nossa frente…
Cacimba…
Caía
cacimba, caía.
Eu
tinha medo,
E
sentia-me sozinha.
Ela
não estava.
Havia
já dias que não estava,
Ou
então o tempo tinha alargado as medidas…
Disseram-me
que andava perdida.
Mas
eu sabia…
Ela
estava fugida.
É
triste a sensação que temos quando alguém nos foge.
Passei
a vida a fugir de tudo que é lugar.
Daquela
vez,
Soube
o que é ficar.
Ficar
é quando se vão.
Vão-se
sem nos levar.
Ela
voltou depois.
Antes
não tivesse voltado!
Antes
não tivesse sido nada assim!
Antes
não houvesse ela, e não houvesse mim.
Mas
ainda hoje lembro os grilos que cantavam.
O
capim á frente na estrada…
A
cacimba molhada…
Eu
de mão dada…
Sozinha.
Não
sei se de noite,
Se
de dia,
Se
de nada.
Só
nada.
Comentários
Enviar um comentário