Gosto de finais felizes, como no cinema
Como um conto de fadas.
Pensei
que a vida inteira pudesse ser assim.
Vestidos
de princesa cheios de rendas e promessas,
Brocados
de cetim pintados a batom carmim.
Como
num conto de fadas.
Um
príncipe a cavalo branco só para mim.
Cavernas,
montanhas e vales,
Picadas
cheias de matope e capim.
Estrelas
como diamantes.
Se
fossemos como um conto de fadas, tu e eu,
Se
tivéssemos podido ser sempre assim…
A
varinha de condão foi embora com o meu coração.
E
deixei de ter poderes encantados,
E
deixei de transformar anões em gigantes,
porque até os gigantes têm os dias
contados.
Não
sabíamos.
Não
sabíamos que o futuro era ruim.
Cafés,
gelados,
praia e
uma mata verde para namorar.
Amoras
silvestres eram ostras, e bolotas um manjar.
Foi
o maldito mundo dos crescidos que nos fez acordar!
Gente
grande que não sabe sonhar, que não quer acreditar...
Na
mesma esquina de antes, no mesmo jardim
Estão
hoje outros amantes iguais a ti e a mim.
Que
será feito deles e também de nós?
Lembras-te
não lembras?
“Éramos
todos muito jovens”,
E
apesar dos anos ainda somos assim.
Não
vingou a maldição
não se quebrou o encanto.
A
bruxa má perdeu a maçã envenenada,
e o príncipe
não acordou a sua amada.
Será
que podemos começar aonde todas as histórias de fadas chegam ao fim?
Eu
gosto de finais felizes como no cinema,
Ou
como nas histórias dos irmãos Grimm.
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